segunda-feira, 29 de outubro de 2012

No Jardim



A bela flor – que emana os mais doces perfumes
E enfeita o jardim com suas  pétalas bem formosas

Num dia de irresignação, bradou com muito ciúmes:

-Eu quero ser a borboleta que voa livre  e graciosa!

E a borboleta rondando o jardim e exibindo mil cores

Batia suas asas sob o olhar encantado de toda a cidade
E na ânsia perpétua de poder visitar todas as flores

Invejava no beija-flor o tamanho e a agilidade.

Com suas peripécias, o beija-flor seguia sua função

De polinizar em todo o jardim a paz e a harmonia
Mas viu que o néctar não lhe trazia a mesma emoção

Sentida pela moça que – apaixonada- a flor sorvia

E a moça – cuja pele era tão lisa como uma rosa

Procurava errante, no jardim, como amenizar a sua dor
E diante da dor de uma grande desilusão amorosa

Desejava ter apenas a placidez e beleza de uma flor.
(Osmar Aguiar)

Um comentário:

  1. A eterna insatisfação do ser...
    Adorei! É exatamente assim que a vida acontece.
    Sorte encontrar quem possa transformar a visão desse eterno desencontro em poesia.

    Parabéns, Osmar! Muito bom!

    ResponderExcluir